Tumores malignos, também chamados de neoplasias malignas ou câncer, acontecem devido às alterações no genoma da célula (DNA ou ácido desoxiribonucleico), tornando-a anômala em sua forma, na sua química e na sua função. No que se refere à forma, podemos citar a desproporção entre o núcleo e o citoplasma e à presença de várias figuras de mitoses, ou seja, várias células se dividindo, em um tecido (que reveste nosso corpo) já diferente do normal.
Em relação à parte química, a célula pode passar a produzir substâncias que normalmente ela não produz ou passar a produzi-las em quantidades maiores que as habituais. Muitas delas podem ser encontradas no sangue de pacientes com câncer e são chamadas de marcadores tumorais.
O corpo humano é composto por bilhões e bilhões de células que formam tecidos e estes, órgãos que, em conjunto, trabalham dentro de uma hierarquia e harmonia funcional, necessárias para a manutenção da nossa vida, como, por exemplo, a pele nos protegendo do meio externo, os ossos nos dando sustentação, e estes, em conjunto com nossos músculos sob o comando do cérebro e nervos permitindo a nossa locomoção.
A célula cancerosa, em geral, perde a sua função normal e acaba quebrando esta harmonia. Em geral, ela se multiplica mais rápido, forma um tumor que invade os tecidos que lhe são próximos, e parte dele adentra os vasos sanguíneos e ou linfáticos e, através deles, são levados à distância, como, por exemplo, aos pulmões, fígado, ossos, cérebro, dando origem às metástases, o que na linguagem não médica, é chamado de raízes a distância.
O câncer é, historicamente, simbolizado pela figura do caranguejo, devido ao fato de que ao crescer, o tumor infiltra os tecidos adjacentes como se fossem as patas deste animal adentrando a areia durante sua locomoção